Naqueles pequenos instantes levados pela visão, entre associação e assimilação, eu tive uma arritimia, meu coração se perdeu entre suas batidas, não existia mais ar e respirar se tornou um problema, uma coisa que não podia fazer. Posso garantir que a gravidade não me abandonou estava lá forte e me puxando ao chão como se fosse me abraçar. Tanta coisa mudou, tantas reações ocorreram dentro de mim e por fora apenas o que demonstrava isso era o brilho do meu olhar.
Após esse instante repleto de confusão, desviei o olhar. Optei por me salvar. Tive medo do que aconteceu, fiquei nervoso e senti que estava transpirando. Aquilo tudo me entorpeceu, me mostrou como sou frágil e passível de atos involuntários.
Adrenalina correu rápido por minhas veias, nascida do medo e fruto dele. Me fortaleceu, me agitou, me fez querer mais. Voltei o olhar. Procurei, encontrei, minha reação foi tão forte, que como um vício, me tornei dependente. Cada movimento meu era escravo daquela sensação, não consegui fazer nada, nada mais que me alimentar daquela sensação.
Me empurraram, torturaram minha mente tirando o seu alimento, tirando tudo, tirando minha gravidade.
Perdido do meu foco e não consegui me encaixar na minha órbita. Recebi do chão meu abraço e no meio da multidão perdi aqueles olhos que por alguns instantes me teve, mesmo sem intenção.
Recolhi toda realidade espalhada a minha volta e segui em frente. Fechei meus olhos